Friday, February 5


Pedes-me um tempo / para balanço de vida / mas eu sou de letras / não me sei dividir / para mim um balanço /é mesmo balançar / balançar até dar balanço / e sair...


pedes-me um sonho / para fazer de chão / mas eu desses não tenho / e agarras a minha mão / com a tua mão / e prendes-me a dizer / que me estás a salvar /

de quê? / de viver o perigo

de quê? / de rasgar o peito

com o quê? / de morrer

mas de que, paixão?

de que?

se o mata mais é não ver / o que a noite esconde / e não ter nem sentir / o vento ardente / a soprar o coração...


pensa em mim / dentro das mãos fechadas / o que cabe é pouco / mas é tudo o que temos / esqueces que às vezes / quando falha o chão / o salto é sem rede / e tens de abrir as mãos


pedes-me um sonho / para juntar os pedaçõs / mas nem tudo o que parte / se volta a colar /

e agarras a minha mão / com a tua mão e e prendes-me / e dizes-me para te salvar

de quê? / de viver o perigo

de quê? / de rasgar o peito

com o quê? / de morrer

mas de que paixão?

de que?

se o que mata mais é não ver / o que a noite esconde / e não ter nem sentir / o vento ardente / a soprar o coração...

1 comment:

Catarina said...

Gostei muito! De cada palavra.. Parabéns pelo blogue! :)