Friday, January 5

a questao à volta do referendo

hoje resolvi visitar o site do portinaoaborto.com, e tentei descobrir o portisimaborto mas pelos vistos nada prova a sua existência (em comparação encontrei o das women on waves).
a associação mulheres em acção em favor do não fala em "direito ao aborto" e que o aborto pode ser combatido através da "adopção de politicas de protecção à mulher grávida e de apoio à maternidade", entretanto vamos vendo os cartazes na rua que dizem "o dinheiro dos meus impsotos para financiar clinicas de aborto - nao!".

se começasse a falar acerca deste tema nunca mais parava (que diga quem já me ouviu!) por isso apenas uns reparos:

1º em relação às politicas a adoptar: mas em que País vivemos? e o que é que isso resolve? se as condições económicas, sociais, familiares, e o contexto não se altera? A decisão de realizar um aborto é uma decisão ponderada, e acham que é com mais uns trocos que de repente passa a fazer sentido trazer uma pessoa ao mundo?

2º em relação ao "direito ao aborto" que a associação diz que é o que se quer estabelecer com o referendo de 11 de fevereiro
não é o direito ao aborto, é o direito a uma opção livre num estado democrático em que vivemos. Direito a uma ultima ratio feita com segurança e higiene para a mulher sem por, uma vez mais, em causa a sua saude, o seu corpo, a sua mente já por tudo isto devastada.
Não pode ser uma decisão fácil, e é uma decisão que traz necessariamente consequências, já imaginaram o desespero que se deve sentir para chegar a este ponto???
Ficarão mazelas psicológicas até ao fim!
e a estas juntam-se as mazelas fisicas por ter sido obrigado a recorrer ao clandestino (que nem toda a gente pode ir a espanha) muitas vezes sem qualquer tipo de condições e mazelas morais de reprovação em termos societários.
É a mulher que é subjugada a tudo isto, é a mulher que aguenta os 9 meses e os posteriores, é a mulher que tem que tomar a última decisão e que ficará com o peso da mesma durante toda a sua vida, e ainda é a mulher que é julgada não só em tribunal como por parte da sociedade - JÁ NÃO CHEGA???

Não me interpretem mal, não sou a favor do aborto nem de pilulas do dia seguinte se utilizados de modo contraceptivo mas ... esta questão levanta outras questões e o cinismo latente em alguns discursos, a ironia e hipocrisia de quem os profere faz-me enervar e levantar a voz!

3 comments:

Do Norte said...

Que tal:
- uma política de prevenção, de informação(a sério) de gravidezes não desejadas?
-um acesso gratuito à laqueação das trompas, para as mulheres que não querem ter (mais) filhos?
Desculpem, se escrevi "asneiras".

Nia said...

não sou de forma alguma a favor do aborto e não estou a ver nenhum motivo que me fizesse fazer um.
no entanto a vida é feita de escolhas boas e más que acarretam consequências, assim, a meu ver, as mulheres devem poder escolher se têm os filhos ou não.
Acho que as mulheres têm o direito de fazer aquilo que as suas consciências lhes permitem!
De certeza que nenhuma mulher faz um aborto de ânimo leve como se fosse tomar ali um café...
Só tenho pena que as verdadeiras razoes de discussão da despenalização do aborto sejam abafadas pela politica e pela religião!
Tenho ainda pena que esta discussão surja em Portugal como demonstração de evolução de mentalidades e como imitação da Espanha!
As mentalidades dos portugueses deviam evoluir um pouco mais noutras coisas e Portugal devia imitar a Espanha também nos salários, na inflação e no estilo de vida!

ps.: desculpa ter escrito tanto. acho que me empolguei! ;)

libelinha said...

o tema em si é causa de discussão constante pk as coisas e a vida nc é tao linear como hipoteticamente desejamos.
norte: acho q as politicas de prevenção são sempre um dos caminhos ( e ainda me lembro de no contra informação estarem a gozar com o paulo portas acerca da existencia de uma disciplina sobre sexualidade nas escolas!)
nia: concordo! na verdade nao sou contra nem a favor, nao sei se faria ou nao um, felizmente nunca estive numa situaçao em q tivesse de colocar a questao, no entanto continuo a dizer q as mulheres devem ter este direito de opção! Direito este que deverá ser tomado em consciencia e tb n acredito q alguem tome uma decisao ao de leve como o de ir tomar cafe (!), opção esta q deve ser acompanhada por medicos e psicologos mas que deve existir!