Monday, September 1

"Homens, para que vos quero?"

porque achei interessante.... por Laura Luzes Torres :

"o facto de as mulheres terem hoje alguma dificuldade em encontrar homens dispostos a assumir compromissos duradouros (...) resulta não só do espirito consome e deita fora que reina na nossa sociedade, como da crescente insegurança que sentimos a todos os niveis e que funciona contra os projectos a medio e longo prazo - "sei lá o que será o dia de amanhã" - mas tambem (e sobretudo) resulta da liberdade e da independência recentemente conquistadas pelas mulheres. A partir do momento em que elas tiveram acesso à educação, começaram os problemas do macho dominador. A vitória dos movimentos que advogam o regresso das fadas do lar, economicamente dependentes do marido, submissas e gratas, é o sonho secreto desses machos, assustados com a nova forma de estar na vida de uma mulher emancipada.
Hoje, embora haja alguma nostalgia feminina dos tempos em que encontrar um homem para casar e ter filhos era a coisa mais normal e fácil do mundo, são elas a perguntar "Homens, para que vos quero?", e a decidir se pretendem ficar solteiras, casadas, separadas ou divorciadas, se querem ser mães solteiras, viver sozinhas (cada um na sua casa) ou assumir relações com outras mulheres. Portanto, o leque de respostas a esta pergunta é grande. E, nas novas gerações, começam a escassear as mulheres dispostas a submeter-se aos velhos caprichos masculinos.
Mas, virando a questão ao contrário, quantos homens haverá hoje dispostos a aceitar as nossas novas exigências?
Aquilo que queremos deles parece-nos ser o minimo. Queremos um homem atento, que ouve o que lhe dizemos e responde directamente às questões, com humor q.b. para não se levar demasiado a serio, sensivel sem ser gay (...). Queremos um pai atento, um "novo homem" que saiba mudar fraldas e brincar com as crianças, levá-las ao médico quando nós estamos presas no trabalho (como eles srmpre tiveram o direito de estar). Queremos um cozinheiro, um homem-a-dias para partilhar as lides da casa, que saiba ir ao supermercado e trazes o indispensável. Queremos um bom amante, muito sexy e divertido. Queremos um marido fiel (...). Tudo isto nos é devido.
Mas o que nós mais desejamos não será um homem bom, honesto, que nos trate de igual para igual, disposto a partilhar a vida connosco e a ajudar-nos a ultrapassar as grandes e pequenas contrariedades? E nãos erá esta a descrição do principe encantado dos contos da nossa infância?
Este homem já não existe, tal como a fada do lar já passou à história. Ou, se existe, não é sexy, nem lhe achamos graça por ser demasiado "certinho".
Manter algum mistério nas relações de amor, respeitar o espaço fisico e mental de cada um, não querer mudar o outro e preservar a nossa independência, com ou sem papel assinado, poderá fazer a diferença. então saberemos por onde andam os homens com quem queremos atravessar a vida de mãos dadas."

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